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Os ditados populares ou provérbios atravessam gerações e têm muito que se lhes diga.

A maioria das vezes não sabemos muito bem o seu significado, mas qualquer coisa no nosso íntimo, quando o ditado é certo, encaixa-nos na muche.

Desde pequena que este ditado popular me acompanha. O meu pai (médico como sabem) era tiro e queda a aplicá-lo. Em pequenitos, quando tinhamos qualquer coisa, era um problema para irmos ao médico. Por um lado ainda bem, evitou-nos se calhar, de muitos antibióticos desnecessários e idas aos hospitais. Dentro na nossa casa nunca conseguimos dar a mesma atenção a nós e aos nossos familiares, como damos aos outros. Não significa desvalorizar os problemas de saúde mas, a verdade é que tenho muita dificuldade em utilizar os meus recursos disponiveis para me tratar.

Complementando um pouco a coisa ambas as minhas gravidezes foram diferentes, e o meu pós-parto também. Com o Rafael, fisícamente foi tudo muito fácil. Rápida recuperação de peso, rápida recuperação das partes baixas, etc, etc. Com a Eva a coisa não está a ser bem assim. O peso, nem falo… (25kg a mais – maldita pandemia) e as partes baixas (atenção nome técnico períneo) muito mau.

Tendo eu uma clinica com essa área de especialização, não seria de me ir tratar??? Então o que se passa???

No outro dia ganhei coragem e fui pedir ajuda a Catarina Antunes, fisioterapeuta.

A Zeta já trabalha comigo há mais de 15 anos e é especializada em tudo o que seja maternidade- desde pré e pós parto, massagens bebes, respiratórias, etc, etc e no meu caso a uroginecologia. Perguntei-lhe como quem não quer a coisa, se as mulheres tinham renitência a fazer tratamentos ao pavimento pélvico e porquê?

Já tendo olho no assunto, ela puxou-me ao gabinete e tranquilamente perguntou-me o que se passava.

Ok, ninguém gosta de falar das partes íntimas e do que me incomoda, mas na verdade percebi que embora tenha todas as condições para fazer uma reabilitação do pós parto como deve de ser e ainda por cima profissionais competentes, tenho vergonha.

Tenho a vergonha e o incómodo miúdinho de dizer que realmente perco o xixi quando preciso de fazer um esforço (principalmente quando pego o meu filho ao colo, e fico mesmo triste com isso). Tenho vergonha de ainda não ter recuperado totalmente a sensibildade interna…porque tive uma laceração e levei pontos (já estão a perceber).

A minha colega, com toda a calma do mundo e confiança, falou comigo. E sim, tenho mesmo de ter confiança com quem me vai tratar porque me irei expor incondicionalmente.

Depois dessa conversa, marquei a minha avaliação. Será só para ver em que estado estou. Se ainda não me sentir confortável a Catarina explicou-se que posso começar apenas com alguns exercicios e que nem precisa de avaliar a força manualmente, embora tenho a certeza que seja necessário. Penso que essa consulta vai esclarecer muitas coisas e até trazer mais conhecimento sobre o assunto.

Tenho a certeza que muitas mulheres que têm este tipo de problemas se identificaram neste momento comigo. Não precisa ser necessáriamente num pós parto, a própria idade trás estas situações mesmo.

Não posso esperar mais, é a minha qualidade de Vida e está mesmo á mão de semear…

Dra. Raquel Saraiva

CEO - Fisioterapeuta

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