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Tiram a roupa que eles vão vestir para o dia seguinte, fazem a marmita, estendem a toalha do banho, ligam a lembrar da consulta, controlam os seus gastos, ralham porque eles passam muito tempo ao telemóvel ou a jogar consola, põem de castigo, controlam os movimentos dos telemóveis e das redes sociais, recolhem a roupa espalhada e colocam no cesto da roupa suja…….. podia ficar aqui um dia inteiro a enumerar a lista infindável de ações maternais, que algumas mulheres assumem perante os seus maridos.

Esses relacionamentos precisam de intervenção urgentemente, estão no limite do falhanço emocional para um ou mesmo para ambos os seus intervenientes.

Quer queiramos quer não são relacionamentos cansativos para ambas as partes, elas ficam de rastos, perdem o encanto pelo homem que é suposto ser independente e suficientemente maduro para cuidar de si, e eles argumentam com “ela só sabe mandar, ou mandar vir comigo”.

A verdade é que uma equipa joga o que a outra deixa. A mulher assume o papel de mãe porque o marido permite e adora que a sua mulher lhe tire a roupa para o dia seguinte, estenda a toalha ou prepare a marmita enquanto ele vê tv. mas já não acha tanta graça quando ela “manda vir” por ele gastar muito dinheiro em jornais, ou snacks que prefere fazer no café do que levar de casa. Então em que é que ficamos? é que não se pode ser filho da sua mulher só para o que lhe dá jeito.

Quando se é filho é para tudo, o que torna o papel do homem muito infantil e, por vezes até humilhante. Quando as situações ocorrem na presença de outras pessoas, o gozo é inevitável.

As mulheres passam um atestado de incompetência aos maridos “Drª se eu não o avisar todos os meses, ele esquece-se de pagar a luz”. “se não ligar para desligar o forno , ele deixa queimar tudo.”

A sério??????? Curiosamente estas são as mesmas mulheres que se surpreendem quando os maridos, que viram seus ex-maridos, sobrevivem, aliás pagam tudo a horas, sabem estender a toalha, até cozinham para a nova namorada. “Ele comigo não era assim”, dizem as ex mulheres, desoladas.

Se ganhasse por cada vez que ouço esta frase vos garanto que tinha um porshe, ou dois!!!

A verdade é que para ele ser assim, responsável, adulto, um verdadeiro marido, a sua mulher tem que deixar e parar de o tratar como filho.

Há um longo trabalho terapêutico a fazer com estes casais, para evitar a rutura. O mais difícil de mudarmos são as nossas rotinas, os nossos hábitos, se ela tem o habito de o enfatizar e ele o de ser infantil, temos não só trabalho de casal para fazer mas também individual , sério e profundo, pois cada um está a ocupar papeis que tiveram muito impacto nas suas vidas, mesmo antes de conhecerem a sua cara metade.

O que se pretende num casamento é a felicidade, a leveza e a facilidade da sua fluidez. Não se contente com algo que a deixa, ou o deixa, de rastos, farto, exausto…… Para atingir o pretendido vamos juntos trabalhar para isso, não cairá do céu mas brotará do lugar mais profundo do seu coração.

Dra. Filipa Martins

Terapeuta Individual, Familiar e de Casal

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